Uma parceria entre pesquisadores da Universidade do Texas em Austin,
nos EUA, e da Universidade de Marburg, na Alemanha, deu origem a um novo
método de dessalinização da água do mar. Ao preencher um chip plástico
com o líquido, é possível separar os sais por meio de uma pequena carga
elétrica. Com a nova tecnologia, ficará mais fácil aumentar a oferta de
água potável por meio de um dispositivo simples, portátil e com baixo
custo de operação.
Durante as experiências, os cientistas expuseram o chip preenchido
com água do mar a um campo elétrico, que separou os sais e outras
propriedades encontradas no líquido. No estudo, foi aplicada apenas uma
carga de três volts de eletricidade, fazendo com que as propriedades da
água do mar ficassem retidas em uma parte da estrutura do chip. O
dispositivo tem um microcanal com duas ramificações: quando estas partes
se unem, um eletrodo neutraliza alguns dos íons de cloreto presentes na
água, criando uma zona de redução de íons, cujo campo elétrico é maior
que no restante do chip.
De acordo com os pesquisadores, o dispositivo consegue filtrar a água
do mar a uma velocidade de um nano litro por vez – mas, como o método
demanda baixos custos e quase nenhum impacto ambiental, a técnica
torna-se viável para ser aplicada depois de seu aprimoramento. A equipe
que criou o chip diz que, atualmente, o processo consegue retirar apenas
25% dos sais marinhos, mas afirma que esforços vêm sendo realizados
para que o dispositivo consiga remover até 99% do sal, o suficiente para
atingir o nível de água própria para consumo.
A escassez de água potável é um dos problemas ambientais mais
preocupantes no planeta: segundo um estudo publicado em 2012, cerca de
800 milhões de pessoas não têm acesso ao recurso. Além disso, a ONU
alerta que quase metade da população mundial pode sofrer com a falta de
água potável até 2030, principalmente nos países em desenvolvimento,
como a China e a índia, além das localidades extremamente carentes do
continente africano.
Foto :Divulgação/The University of Texas in Austin
Texto originalmente postado no Ciclo Vivo
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